quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A VIDA EM BRANCO

Olá amigos e amigas, depois de algum tempo aqui estou eu para contar mais uma história. Desta vez é de um amigo que desencarnou recentemente e que deixou muita saudade na família dele e, até em mim, por incrível que pareça.

Lá pelos idos de 2005,eu caminhava pelas proximidades da minha casa, acompanhado obviamente do meu pai. Quando chegamos numa esquina a mais ou menos um quarteirão da nossa casa, vieram sem que esperássemos dois cachorros para cima da gente

Eu e meu pai tentávamos nos defender na medida do possível, meu pai caiu, se machucou, tentou me proteger, mas não tinha jeito, eles não desistiam. Até que alguns garotos que estavam na frente da nossa casa, entre eles o Fernando Poleto, vieram em nosso socorro e espantaram aqueles dois irmãos de quatro patas que não estavam nada amistosos naquela tarde.

Meu pai e eu voltamos pra casa. Eu estava bem, mas meu pai sofreu alguns arranhões. Mais tarde, meu pai e minha mãe saíram para uma festa e no caminho pararam na casa da tutora dos cães para reclamar do ataque.

Os donos surpresos, disseram que o cachorro deles era manso e nunca tinha atacado ninguém. Antes dos meus pais terminarem a reclamação, eis que surge a fera que, na maior cara de pau, ficou em pé fazendo a maior festa para o meu pai.

Bem essa pequena introdução serve para apresentar o homenageado de hoje. Esse cachorro que, junto com outro do qual não me lembro, aprontou aquela confusão toda era o Branco, cachorro da Dalila, aquela mesma que foi para Marília com a gente para cuidar de mim e do Khoda.

Vou tentar contar mais o menos a história que a Dalila contou para o meu pai, muito emocionada e ainda muito sentida com a partida do seu amiguinho para o plano espiritual.

BRANCO
Num belo dia, ao chegar em casa, aproximando-se do portão, viu o cachorrinho, ainda filhote, todo branquinho com umas poucas manchas escuras pelo corpo chorando triste como que querendo entrar.

A Dalila, sempre intransigente na sua posição de não querer cães, não o deixou entrar, o filho dela, fez de tudo para afasta-lo de casa, mas não adiantou, aquele cachorrinho elegeu aquela família para ser a sua.

E assim foi, aceito dentro do imóvel foi colocado no quintal de terra que lá existe, mas o danadinho insistia em entrar dentro da casa da Dalila, aprendendo até a pular um muro para conseguir o seu objetivo.

Já devidamente instalado na residência oficial da família, resolveu que iria dormir em baixo da cama da filha da Dalila, a Dayane, como que se colocasse ali para cuidar dela e proteje-la.

Pouco tempo depois, a Dayane começou a passar por sérios problemas de saúde, problemas esses que duraram por alguns anos, culminando com uma delicada operação no início deste (2011). Mas durante todos esses anos, oito no total, o Branco nunca saia do lado dela, sempre fazendo companhia e dando o maior apoio para aquela garota linda, mas de saúde delicada.

BRANCO (MARROM)
Assim se passaram os anos, ele passou a fazer parte da família, dava suas escapadas pelas ruas, mas por incrível que possa parecer, meu pai acabou fazendo amizade com ele. Por várias ocasiões se encontraram e não foram poucas as vezes que meu pai o levava de volta para casa, a última inclusive foi num domingo pela manhã, quando eu estava junto e não aconteceu nenhuma “treta”, apesar de as vezes eu ter complexo de Pit-Zeus,quando eu geralmente levo a pior. Mas isso é uma outra história.




Cabe mencionar que a Dalila comentando sobre a vida do Branco com o meu pai, falou que ele era muito inteligente, nunca deu nenhum tipo de trabalho, sempre aprendeu a fazer tudo sozinho sem precisar ser ensinado. O único porém, e sempre tem um, era quando chovia, o danado ia se esbaldar no barro do quintal e depois se esparramava de barriga pra cima dentro de casa. Certa ocasião até trocaram o nome dele, de gozação, de Branco para Marrom.

DALILA
Até que no segundo semestre deste ano, com a Dayane já plenamente recuperada, o nosso amigo Branco apresentou um probleminha em uma das patas que, após exames laboratoriais, foi diagnosticado como um tumor maligno raríssimo o que tornou muito difícil para a Tia Nícea direcionar um tratamento. Então foi marcada uma cirurgia para amputação da patinha lesionada.



Mas infelizmente não deu tempo, pois em pouco tempo o Branco desencarnou e foi morar no Rancho Alegre, uma das colônias espirituais que cuidam de animais que nos deixam.

Como imaginou a nossa amiga Dalila fazendo uma brincadeirinha para tentar descontrair, o Branco deve ter pensado “tirar a minha patinha? Não senhor eu vou embora com as quatro.”

A parte relativa aos detalhes do falecimento e do sepultamento do Branco não acho que deva contar, mas o corpinho dele está enterrado no quintal da casa da mãe da Dalila, depois de muita luta da Dalilla e da Dayane para que alguém de boa vontade o levasse até lá, no Bairro de Bonsucesso aqui em Guarulhos.
E A DAYANE

Nós que estudamos a espiritualidade dos animais, e eu digo nós porque eu estou começando a ficar craque nisso, temos a mais absoluta certeza de que o plano espiritual designou esse espírito para estagiar no corpo do Branco, com a missão de proteger e amparar a Dayane na sua jornada de luta contra as dificuldades que abalaram a saúde dela por oito anos. Superados esses obstáculos, depois de também despertar a consciência daquela família para a importância dos animais, o Branco nos deixou, com a missão cumprida, subindo mais um degrau na sua escalada evolutiva.

Eu sei que foi e ainda é dolorido para a Dalila e família a partida do Branco, mas a benção que eles tiveram com a oportunidade de viver essa história é inigualável e espero que eles tenham aproveitado ao máximo essa lição de amor a todas as criaturas do nosso Pai Maior.

Até a próxima.

Zeus