Olá pessoal, depois de um tempinho, cá estou eu com a minha mais recente aventura.
O ser humano inventou um monte de coisas que eu adoro.
Ração, ossinho, bolinhas, brinquedinhos e panos que eu possa roer e rasgar,
coleiras e guias para me levar passear e bolas com o símbolo do Corintia para
eu detonar. Mas se tem uma coisa que eles inventaram e que eu detesto e tenho
muito medo, são esses tais de fogos de artifício.
Como se já não bastasse eu e meus outros amigos de quatro
patas termos que aguentar essa tortura nas épocas de Natal e Ano Novo e nas
tais Copas do Mundo a cada 4 anos, agora um bando de loucos, literalmente, que
torcem prum tal de Corintia resolveram tornar a nossa vida um inferno.
Tudo começou no dia 27 de junho deste ano, uma quarta-feira.
Estava acontecendo um jogo entre um tal de Boca e esse Corintia e alguns dos
meus vizinhos achando que isso é uma maravilha, resolveram soltar verdadeiros
morteiros na nossa rua. O barulho era ensurdecedor e o pavor que me causava é
difícil de descrever. Eu sinceramente não consigo entender como alguém consegue
ter prazer em fazer tamanho barulho. O pior é que todos eles têm amiguinhos de
quatro patas em casa e não pensam nem um pouquinho neles. Morro de dó dos
coitados.
Depois daquela noite em que fomos dormir era mais de uma
hora da manhã, meu pai decidiu que tinha que tomar uma providência para não me
ver mais passar por aquele trauma, uma vez que podia desencadear uma crise
convulsiva em mim e isso ninguém gosta, muito menos eu.
Assim ele teve a ótima ideia de procurar um Hotel que
aceitasse pets nas suas acomodações e depois de dar uma procurada na Internet,
encontrou o Hotel Matiz aqui em Guarulhos. Só tinha um problema: eles só
aceitavam cães de médio e pequeno porte. Mas meu pai não desistiu.
Depois de conversar com uma moça de nome Viviane e de explicar o
caso, ela se compadeceu da situação e aceitou que um pequeno Labrador como eu
passasse a noite de 4 de julho, data do próximo inferno corintiano, num dos quartos
daquele Hotel com ele e minha mãe.
Então lá fomos nós. Por volta das 19:30 h saímos de casa, o
inferno já tinha começado, apesar do tal jogo só começar às 22:00 h, e fomos
nós para o tal Hotel.
Eu estava todo empolgado, pois já tinha passado noites em
casa de amigos, apartamentos, casa de praia, mas nunca tinha ido num hotel. E
confesso que adorei.
O quarto era muito gostoso e confortável, limpinho e até com
internet sem fio. Se o barulho de fogos não ficou totalmente isolado, não deu
para ouvir quase nada, já que as janelas eram bem vedadas e o lugar não fica
numa área residencial. Só no meio da noite que apareceu um maluco gritando na
frente do Hotel “VAI CORINTIA” e eu fiquei um pouco preocupado, pois sempre
depois disso eu sabia que vinha barulho de fogos, mas graças a Deus isso
não aconteceu.
Confesso que não resisti e logo que entramos, aquela cama cheirosa e arrumadinha foi o primeiro lugar para onde pulei. Sorte que eu tinha tomado um bom banho lá no Pet Family antes. Eu também tava bem cheiroso.
O meu pai disse que ficou um pouco “salgado” o preço dessa
aventura, mas que valeu a pena só pelo fato de me ver bem.
Numa coisa eu concordo com ele. É realmente um absurdo a
gente ter que sair da nossa casa para poder ter um pouco de tranquilidade numa
noite de futebol. Eu acho que esse bicho chamado ser humano tá perdendo a noção
do que é certo e errado e dos limites dos direitos de cada um. Sorte que tem
algumas exceções, mas elas estão ficando cada vez mais raras.
Quero, em nome do meu pai, agradecer à Direção do Hotel
Matiz pela noite de sossego, principalmente à Ester e à Viviane. Muito obrigado
pessoal.
Quero voltar lá.
Zeus