domingo, 12 de fevereiro de 2012

TAY - PARA SEMPRE AO MEU LADO (HELENA)


Olá pessoal, desta vez vou contar uma história que parece triste, mas que é uma grande lição de amor de uma pessoa de um coração maior que ela pelo seu amiguinho. O nome dela era Tay.

O Tay era um dos cachorrinhos que a amiga do meu tutor, Helena cuidava dentro de um terreno baldio perto na nossa casa.

Ele morava lá junto com a sua amiga Princesa, dois belos Vira-Latas pretos básicos, muito simpáticos.

O meu tutor ficou conhecendo eles, porque toda vez que passávamos pelo local, onde hoje é um conjunto de sobrados inacabados, estavam no portãozinho e meu tutor sempre brincava com eles, pois eram muito mansinhos.

Algumas vezes, o meu pai ajudava a Helena levando um deles para passear, para que pudessem se exercitar nas ruas, se bem que sinceramente não sei se era preciso, pois o terreno onde moravam tinha um belo espaço para correrem e brincarem. Dava um 10 quintais como os da minha casa. Vai aí uma pontinha de ciúmes.

Tudo corria bem até que o terreno em que eles moravam foi vendido e o novo proprietário pediu para que a Helena retirasse os meus amiguinhos de lá o mais rápido possível, pois iria construir ali, como de fato o fez, o conjunto de sobrados.

Começou então uma luta desesperada para se encontrar um local para aqueles dois viras, até que uma industrial se ofereceu para abrigá-los na sua empresa. Sem outra alternativa, a Helena concordou e com o coração apertado levou os dois para lá. Seria mais difícil ver os bichinhos, fora a possibilidade palpável de serem adotados e se distanciarem definitivamente.

Mas, e tem sempre um mas, as coisas não saíram conforme o planejado. Depois de alguns dias hospedados lá, o Tay começou a ficar doente, quando a Helena foi chama e sem pensar duas vezes trouxe os dois de volta para o terreno.

Após a piora do meu amiguinho a Helena levou-o à Tia Nícea, quando ficou sabendo que ela tinha pegado aquela doença terrível que vai nos matando aos poucos, chamada Cinomose.
Aí começou a luta da Helena para cuidar do Tay, que graças a Deus contou com o carinho e a boa vontade do meu pai que a ajudou bastante pois ele gosta muito da Helena.

Por várias vezes, no horário do almoço, meu pai ia até a casa dela e pegava a comida que a mãe da Helena preparava e levava para o Tay e a Princesa comerem. A Princesa comia numa boa, mas o Tay, devido à evolução da doença, cada vez queria comer menos. A comida era dada com as mãos, levada à boca dele, mas cada dia ele queria menos se alimentar. Sem falar na perda dos movimentos que era cada vez mais rápida e maior.

O meu pai ficava muito triste, pois achava difícil ver um animal outrora tão ativo e brincalhão, ir se entregando aos poucos para um final inevitável.

Depois de certo tempo, devido à falta de alimentação, o Tay foi ficando muito fraco, precisando então ser medicado. A partir daí, meu pai, além de alimentá-lo na hora do almoço, o pegava no colo e debaixo de sol ou de chuva o carregava, mesmo infartado, até a Tia Nícea, pois o Tay não conseguia mais andar.

Por seu lado a Helena sofria muito por ficar presa ao serviço sem poder dar a devida atenção para aquele amigo tão especial. Certa vez meu pai até brigou com uma das funcionárias da clínica por tratar mal a Helena em virtude do Tay lá permanecer muitas vezes chorando.

Lá na Clínica Pet Family ele ficava a tarde toda até que a Helena o apanhava no final do dia, quando voltava do serviço e o levava de volta para o terreno onde ele dormia. Para esclarecer, o local onde ele passava as noites junto com a Princesa era muito bom, pois era coberto, espaçoso e forrado, protegido do sol e da chuva.

Com o passar do tempo o Tay começou a chorar muito à noite o que levou a Helena a levá-lo para casa e dormir com ele na garagem.

Certa ocasião, meu pai estava no trabalho, que era perto da nossa casa, quando por volta das 9:30 h da manhã, apareceu no balcão o irmão da Helena, que nós nem imaginamos o nome e, muito estupidamente, intimou o meu pai a ir até a casa dele para tirar o Tay de lá pois a mãe dele não dava conta de cuidar do cachorrinho e ele estava chorando demais.

Realmente a mãe da Helena, uma senhora muito simpática, já não gozava de boa saúde, mas aquela atitude não se justificava. Lá foi meu pai, apanhou o Tay todo molhado de xixi e com ele no colo pegou uma “carona” com aquele sujeito até a clínica. Pelo Tay, pela Helena, pela mãe dela ele não pensou duas vezes.

Até que o inevitável aconteceu. O triste momento que um tutor amoroso tanto teme. O momento de junto com a Veterinária decidir sobre a eutanásia.

E realmente não teve jeito e essa hora chegou. Mas para falar sobre ela, prefiro copiar abaixo o “recado” que meu pai recebeu numa tarde na ASSEAMA onde me levava para tratamento espiritual e publicado, na época no site www.webanimal.com.br:

“Pelo que me lembro, minha historia começou a alguns anos atrás, mais ou menos cinco, quando fui abandonado juntamente com minha irmãzinha em um terreno baldio em Guarulhos - SP. Até aquele dia eu fazia parte de uma pequena "matilha" de pais e filhotes e, sem que nem porque, de repente me vi sozinho, todos tinham ido embora, me deixando para trás. Muito compadecida, uma moça passou a cuidar de mim e minha irmã. Ela me batizou de Tayson e minha "mana" de Princesa. Com muita dificuldade e dedicação fui alimentado, tratado e recebi muito carinho dessa pessoa que hoje considero minha mãe. Depois de alguns anos, o dono do tal terreno passou a pedir que o desocupássemos, pois ali seriam construídos alguns sobrados. Aí começou a maior luta da minha tutora na tentativa de nos arrumar uma família que nos adotassem em definitivo. Mas era difícil, pois além de sermos grandes, tínhamos que ser adotados juntos, já que fatalmente morreríamos se nos separassem, eu de minha irmã. Até que apareceu uma indústria que se prontifiou a nos deixar ficar por lá algum tempo até que arranjássemos um lar definitivo. Tinham boas instalações como canis e gente para tratar de nós e dos cães que lá já estavam. Após alguns dias lá, infelizmente peguei uma doença que é um verdadeiro pesadelo para os cães e seus donos. A Cinomose. Minha mãe, assim que soube que eu não estava bem, foi me buscar juntamente com a Princesa e nos trouxe de volta para o terreno. Mas infelizmente eu já não tinha cura. Fui perdendo gradativamente os movimentos das patas traseiras, das dianteiras, o controle do meu pescoço e finalmente a visão, além de um começo de pneumonia. Ela lutou bastante juntamente com amigos e duas ótimas Veterinárias para tentar me slvar. Me carregou quase que diariamente por quase 4 quarteirões até a Clínica, no colo na vã tentativa de me salvar. Nas últimas semanas dormiu comigo na garagem da casa dela para não me deixar só, inclusive no Natal e no Revelion. Outro amigo, por quem também tenho muito carinho, também cuidou de mim debaixo de sol ou de chuva. Mas infelizmente nada adiantou. Até que chegou o dia em que ela, com muita dor no coração, decidiu pela eutanásia. Mãe, eu queria apenas lhe dizer que essa foi uma das decisões mais acertadas que você tomou na vida. Naquele momento em que dormi no seu colo, eu já tinha ido embora e, tenha certeza que nada senti, além de uma imensa paz e carinho de sua parte. Muito obrigado por aliviar o meu sofrimento, que já tinha ultrapassado o limite do insuportável. Hoje estou bem, me recuperando e na companhia de muitos outros animaizinhos que deixaram o plano terrestre, num lugar lindo e cheio de amor. Muito obrigado mamãe por tudo que você fez por mim. Foram os melhores anos de minha vida eterna. Muitas lambidas para você, para a "Thesa" e para os seus amigos.
Tay “

Pode parecer repetitivo, mas é o melhor jeito de expressar as emoções daquele momento que nem meu pai e nem eu presenciamos e que deve ter sido muito duro.

Para completar esta historinha, eu fiz uma “entrevista” com a Helena e pedi para ela contar alguns dos momentos legais que ela tenha vivido com aquele garotão. Então aí vai o depoimento dela:

“Uma passagem engraçada que jamais vou esquecer, foi quando o Tay descobriu que "podia pular o muro"!!!!

Eu achei que se colocasse alguns obstáculos tipo, tábuas, e tudo o mais que eu encontrasse naquele  terreno, isso o impediria de pular, MAS... "meu anjo" era muito esperto e inteligente. 

Enquanto eu ficava me matando, procurando as coisas, tendo um trabalho enorme para "cercar" o muro, o Tay ficava deitadinho, só olhando, observando de longe, e com certeza já "planejando" como pular. 

E sabe o que ele fazia? Cruzava as patinhas uma em cima da outra e me olhava com uma cara que dizia: "Não vai adiantar" . 

Quando eu terminava, tinha que fazer o "teste" então eu chamava: "TAY, VEM PULA" !

Ele ia do outro lado do terreno, pegava impulso e pulava!!! Por incrível que pareça, enquanto ele me observava, ele já tinha encontrado  uma brecha!!! Pode??????
 
Outra travessura que ele adorava, era correr na chuva no terreno e quando eu ia lá, pulava e se chacoalhava todo em cima de mim, FAZIA DE PROPÓSITO!!!!  KKKKKKK
 
Ele também tinha um brinquedo que era a cabeça de uma boneca, ele adorara aquilo, mas escondia da Tchesa, e toda vez que eu ia lá ele ia correndo pegar e jogava no meu pé para eu brincar com ele, quando eu ia embora ele escondia de novo (enterrava). 
 
Ah... Zeus, foram tantos momentos lindos.... não consigo mais... já estou chorando. 
TAY faz parte de  mim.... não sei explicar isso direito, mas ele é especial, alguma coisa nele era diferente.”

Só para esclarecer, a Tchesa se mudou para uma bela chácara no interior onde vive feliz até hoje praticando mergulho num belo lago além de outras peripécias.

Bom gente, por enquanto é só. Obrigado Helena pela entrevista e se faltou algo me perdoe, mas a homenagem é sincera. O Tay marcou muito as nossas vidas também.






Zeus

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