Hoje eu vou contar a história de um amigo que conheço desde que éramos filhotes. O nome dele é Bud, um Labrador da mesma idade que eu, amarelo de linhagem americana, ou seja, maior e mais encorpado do que eu. Apesar disso, sempre foi muito dócil e para variar, adora o meu tutor.
Pelo menos uma ou duas vezes por semana, quando saio para meus passeios com meu pai, passamos em frente à casa do Bud para brincar com ele e disputarmos quem faz mais xixi, ele do lado de dentro do portão e eu do lado de fora. Geralmente ele ganha.
Há cerca de mais ou menos 3 anos, num domingo, ao passarmos pela casa desse meu amigo, o meu pai chamou-o várias vezes e nada do Bud aparecer. Pensando que ele tinha saído com o tutor dele, já íamos embora quando uma vizinha falou que ele tinha desaparecido já fazia alguns dias. O meu pai imediatamente tocou a campainha e o dono contou que o Bud, como fazia sempre, saiu quando abriram o portão da garagem e correu para a Praça das Pedras, ali perto. Ele não se preocupou pois estava acostumado com isso. O Bud ficava por lá um pouco e voltava para casa. Só que aquele dia isso não aconteceu e apesar de procura-lo por várias horas não o encontrou.
O meu pai não se conformou e pedindo que lhe fossem enviadas algumas fotos do cachorro fujão, providenciou um cartaz de divulgação e o espalhou por vários locais do nosso bairro. Padaria, banca de jornais, mercadinho, cabeleireiros, academia e até ponto final do ônibus.
Passaram-se uns 3 dias quando minha mãe recebeu um telefonema de um motorista de ônibus dizendo que tinha visto um cachorro muito parecido com o da foto numa rua próxima à saída de Guarulhos para a Rodovia Dutra onde ficavam vários moradores de rua.
Imediatamente ela ligou para o meu pai contando sobre a ligação. Ele que estava numa farmácia disse que iria lá ver se realmente era o Bud e caso positivo iria traze-lo para casa.
O meu pai que acredita muito na Espiritualidade, em especial nos Guias da Umbanda, ao sair da farmácia, parou na calçada e com muita fé pediu: “Baiano, me ajude, me guie e me proteja, pois caso seja o Bud vou leva-lo para casa custe o que custar.” E la foi ele.
Chegando ao local, com o cartaz nas mãos, pergunta daqui, pergunta dali, até que um dos “moradores” do local indicou onde estava o “procurado”. E realmente lá estava o Bud, aquele fujão safado sem vergonha. Ao se encontrarem, meu pai e ele, a festa foi tão grande com abraços e lambidas, que o indivíduo que tinha “achado” o Bud acreditou que o meu pai era o verdadeiro dono daquele cachorro. O que realmente tinha acontecido, foi que ao ver o Bud na Praça das Pedras o cara o atraiu e o raptou com a intenção de vende-lo, o que graças a Deus não conseguiu.
Sem pensar duas vezes, meu pai, desamarrou o Bud de onde ele estava preso e o trouxe para casa, na companhia do seqüestrador que claro estava a fim da recompensa oferecida. Ligando para o tutor do Bud, informou que o havia encontrado e pediu que ele viesse até a nossa casa trazendo o dinheiro da recompensa, o que ele fez de imediato.
Enfim, graças a Deus e à ajuda da espiritualidade, em especial ao Baiano, hoje o Bud está de volta à casa dele, são e salvo e, o seu tutor não mais o deixou dar suas “escapadinhas” para a Praça das Pedras, só devidamente acompanhado com guia e coleira, queira ele ou não.
Eu, de minha parte, só tenho que agradecer a Deus e à Espiritualidade, que não desampara nunca, pela ajuda e pela proteção, tanto ao Bud como ao meu pai.
Zeus
Nenhum comentário:
Postar um comentário